Não é novidade nenhuma que o sucesso de um projeto depende diretamente do patrocínio da liderança. Afinal, é o endosso do gerente ou do diretor que dará a credibilidade necessária para que aconteça o engajamento da equipe. Porém, é a paixão de quem puxa o projeto que irá contagiar a participação e a aceitação por parte das pessoas envolvidas direta ou indiretamente.
Uma coisa que aprendi nesses anos é que existe uma fonte inesgotável deste tipo de pessoas, e ela se chama estagiários. Sim, eles mesmos, aquela moçadinha que entra na empresa e geralmente pega o trabalho mais burocrático. O mais bacana é que eles curtem cada tarefa que recebem, por mais pareça entediante para os colegas experientes, afinal é novidade para eles! Claro, toda regra tem exceções, mas não vamos nos ater a elas.
Tive o prazer de conhecer dois destes seres contagiantes. O primeiro conheci puxando um trabalho na engenharia, um projeto que hoje tomou uma projeção importante dentro da empresa, mas que no início era um patinho feio e precisava de alguém para colocar em andamento. Quem abraçou a ideia? Sim, o estagiário. Quando cheguei no grupo, ele já tocava o projeto fazia alguns meses e a energia e motivação dele aos poucos foi contagiando as pessoas. Sempre surgiam novas ideias e visões diferentes das coisas, o que mudou o modo de trabalhar do grupo, tornando a área referência, tornando o projeto algo vivo que continua crescendo mesmo depois da saída deste estagiário.
Meses atrás conheci minha outra referência, uma estudante de jornalismo da área de Comunicação Interna. Foram alguns minutos para conhecer algumas ideias dela que saiam da caixa. Ela recebeu a missão de tocar a TV corporativa e tinha uma visão diferente de fazer aquilo. Eu tive contato com outras duas jornalistas que cuidaram da TV antes dela, uma delas também era estagiária, e ambas contagiavam com modo que trabalhavam naquilo, dava vontade de ter mais material para ser colocado e talvez tenha sido o segredo pela ferramenta ter pego na empresa. Mas esta é diferente, suas ideias diferentes para captar imagens, uma inquietação em relação em como apareceriam as coisas no vídeo, para tornar tudo mais dinâmico. Ela quer mudar o jeito de se fazer as coisas, indo no meio das áreas e acompanhando tudo de perto. Enfim, uma visão que faz as pessoas comprarem a ideia e embarcar junto com ela, deixando claro seu talento neste tipo de mídia.
Mas qual o segredo destes estagiários? Por que contagiam as pessoas ao redor? Simples, porque estão na melhor fase da carreira, estão aprendendo e mergulhando de cabeça nos desafios impostos, pensam fora da caixa, já que não possuem os vícios que adquirimos depois de anos no mercado de trabalho, resumindo, estão na fase romântica da profissão, naquele comecinho de namoro.
É papel do gestor encontrar essas pessoas talentosas e apaixonadas pelo novo, ávidos por desafios para crescerem profissionalmente em atitude e expertise, bem como desenvolver esses jovens para que se tornem profissionais cada vez mais capacitados em suas áreas de atuação. O maior desafio destes líderes, porém é justamente encontrar o jeito de não deixar apagar essa chama de romantismo e fazê-los permanecer apaixonados pelo escolheram fazer por toda uma carreira que está por vir.
Com certeza, as empresas têm muito a ganhar com eles, e já estão vendo isso com certeza, através de seus programas de trainees e jovens talentos. Quanto a nós? Temos muita coisa para aprendermos com esses jovens talentosos, principalmente com seu jeito de ver o mundo corporativo. Afinal, ninguém é tão velho que não possa aprender ou tão novo que não possa ensinar algo.
E você, está em um projeto e precisa de ajuda para engajar a equipe? Não consegue ter muitas ideias fora da caixa? Quem sabe a solução não esteja do seu lado, naquele garoto ou naquela garota que estagia na sua área? Acredite, vale a pena apostar neles.
As pessoas na empresa tem a tendência a oferecer certa resistência a mudanças, umas mais, outras menos. Da mesma forma que acontece no nosso organismo, em que anticorpos enfrentas corpos estranhos para combater efeitos prejudiciais, acontece na organização.
As pessoas que já estão há algum tempo trabalhando em um processo, temem pelos impactos que uma novidade pode ter sobre os resultados de seus entregáveis. Elas tem que ser convencidas de que isso é realmente bom. E é essa paixão pelo desafio imposto que faz com que o sistema imunológico corporativo aceite esse novo elemento de mudança.
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